sexta-feira, 27 de julho de 2012

Dois caminhos e dois destinos (Salmo 1)


Por: Pastor Wagner L. Amaral





Eu tenho a fórmula, o elixir da felicidade. Você quer?
Quanto você pagaria por este elixir? O que daria por ele?

A verdadeira felicidade está intimamente ligada à confiança no Senhor e à obediência à sua vontade.

O primeiro salmo é introdutório, e lança o alicerce dos demais. Os três primeiros versículos descrevem o caminho do justo e os três últimos o caminho do ímpio. O justo será sustentado no meio de um mundo iníquo; mas o ímpio será destruído no juízo.

É interessante observar que a idéia de dois caminhos e dois destinos constitui o tema de inúmeras passagens bíblicas (Daniel 12.2; Malaquias 3.18; Mateus 7.13-14 e Romanos 2.6-9).

Quero considerar com vocês estes tipos de homens e o caminho que percorrem, para, então, aplicarmos a nossa realidade.

I. O homem abençoado (1-3).

A. Seu cuidado (1): Veja que o salmista revela o cuidado deste tipo de homem. Destaca por três vezes que ele "não" faz algo. Que não se deixa levar por alguma tendência.

E não somente isso, mas, estritamente revela que a realidade de sua felicidade inicia com este cuidado. Logo, sem este cuidado, torna-se impossível ser identificado como alguém feliz.

1. Não anda no conselho dos ímpios. O conselho dos ímpios nada mais é que a filosofia do homem natural que busca compreender sua existência e controlar seu destino sem levar Deus em consideração. Está centrado no homem e não em Deus; é humanista em vez de ser teísta.

2. Não se detém no caminho dos pecadores.

3. Não se assenta na roda dos escarnecedores.

Observe a progressão: andar, parar e se assentar. Nesses verbos há uma sequência negativa, um processo que sugere a cristalização nos hábitos do mau. Quem aqui começa andando e ouvindo, acaba assentando e participando ativamente do pecado.

Primeiro, dá-se ouvidos ao "conselho dos ímpios"; depois começa associar-se com o "caminho dos pecadores"; finalmente, "assenta-se na roda dos escarnecedores".

A ordem é sempre essa. Primeiro, se impressiona com a filosofia dos intelectuais ímpios; depois, havendo rejeitado a verdade de Deus, se afasta do padrão divino de justiça; e por fim assume uma atitude de superioridade escarnecedora a todos quantos creem em Deus, tornando-se um dos que oferecem o "conselho dos ímpios".

(Algo, infelizmente, comum em alguns que chegam à juventude e, sem alicerce, se deparam com a filosofia mundana nas faculdades, e na sociedade em geral). Por isso o cuidado no ensino da Palavra, a começar pelas crianças, se estendendo pela juventude.

Como afirmamos na proposição, a verdadeira felicidade está ligada à confiança no Senhor e à obediência à sua palavra. Uma das principais mentiras do diabo é a de que existe felicidade sem santidade, e sem dependência de Deus.

* O cuidado do homem abençoado: Ele rejeita o que não vem do Senhor.

B. Sua prática - seu hábito (2):

1. Tem prazer no Senhor, por meio de Sua Palavra. Isto dá a entender que a obediência do justo à Palavra não é uma aceitação rotineira, mas uma alegre acolhida.

2. Por isso medita nela em todo tempo. Tal meditação cria normas de pensamento e conduta (cria hábitos), estranhas ao mundo que jaz no maligno. A meditação constante do justo revela o que Deus quer de nós, e afasta a tentação de nos satisfazermos com padrões meramente humanos. Resumindo, a santidade de Deus se torna hábito de vida.

Não resta dúvida de que a terminologia desta parte do salmo foi inspirada pelo testemunho de Josué (Josué 1.8).

C. Resultado (3):

1. Possui vida: "Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas". Os "rios de água viva" falam do Espírito Santo, assim como a produção de fruto no tempo devido (João 7.38-39).


Aquilo que o crente recebe através da meditação na Palavra, Deus transforma em vida abundante para sua vida. Esta vida inclui conhecimento (que vai além desta realidade), alegria (satisfação, plenitude), paz (serenidade, convicção).

2. Possui resultados positivos: "que no devido tempo dá o seu fruto". O fruto do crente não surge do esforço natural, mas, sim, da vida do Espírito de Cristo em seu íntimo (João 15.5).

Já comeu manga comprada no mercado? Já comeu manga tirada do pé? Pois bem, isso serve para ilustrar a ação de Deus no crente. O Espírito de Cristo produz fruto na época certa, quando se torna mais útil e belo.

3. É vistoso (na força do Senhor): "e cuja folhagem não murcha". Esta figura está associada às duas anteriores; o que comprova que ser alguém que vale à pena, que sirva como exemplo, que motiva, depende de estar ligado ao Espírito do Senhor.

4. É vitorioso: "e tudo quanto ele faz será bem sucedido". Certamente seu referencial ainda é Josué e seu texto introdutório. Numa palavra aos homens de nossa igreja, no passado, resumi esta exortação divina a Josué, mostrando que Deus o chamava a ser homem. Nada mais, nada menos, simplesmente homem. O que, convenhamos, tem andado em falta.

Viver o que o salmista expõe, assim como o que Deus ensinou a Josué, não é ser super-herói, não é labutar em martírio, e muito menos expressar sacrifício. Viver isto é ser homem! Homem que persiste em ser melhor a cada dia; que luta para abandonar seus erros e diminuir a influência negativa de suas limitações.

O resultado é a vitória de um homem abençoado. Porém, em contraste com a árvore do justo, a árvore do perverso acha-se descrita no Salmo 37.35-36.

II. O homem amaldiçoado (4-6).

* Possui prática contrária a do homem abençoado: "os ímpios não são assim".

A. Logo, não possui vida (4).


Na palestina antiga eram construídas eiras em lugares altos, onde o vento fazia o trabalho essencial de espalhar a palha, deixando o trigo para a safra. O salmista usa a figura da palha sendo levada pelo vento para exemplificar como o ímpio seria banido da terra.

São como a palha, tornando-se indesejável na colheita. Tendo de ser separado, sem nada para mostrar; logo, passará e jamais será encontrado.

Ao contrário, o crente que se baseia na Palavra não precisa temer o vento, nem o juízo, nem a doutrina falsa; pois ele permanece.

B. Não prevalece diante do Senhor (5).

Todos, éramos ímpios, mas quando ainda éramos fracos Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios (Romanos 5.6); embora não merecêssemos a salvação. Ele, o Justo, trazendo justiça para nossa vida. Por isso, quando estamos em Cristo, estamos "no caminho dos justos".

Cristo não é só o caminho, mas também a própria personificação da justiça. Sendo Cristo tanto o caminho de justiça como o Juiz, é claro que "os perversos não prevalecerão no juízo".

De outro lado, todo o proceder do justo (por estar no Senhor), seu meditar e agir, leva-o à companhia dos justos, à congregação, como o seu ambiente por excelência.

C. Não será vitorioso (6).

A ideia essencial é: Passará.

O ímpio, ou aquele que se mantém distante do Senhor, e assume utopicamente o controle de sua vida, passará. Passará sua memória. Passará sua imagem como algo bom que valeu a pena, algo de boa influência. Passará por toda a eternidade.

Conclusão:

Por isso vale a pena seguir ao Senhor (João 15.7, 10, 14). A felicidade só é possível aos que estão verdadeiramente ligados a ele. Assim, é bem-aventurado por toda a eternidade, aquele que não anda, não para e nem se assenta distante do Senhor; mas sim que nele se refugia.

Você tem andando em que caminho? Tem vivido como homem abençoado ou amaldiçoado? Se está no caminho errado, no caminho de maldição a única solução é a que escreveu Salomão: "Confia no Senhor de todo o teu coração e não se apoie em teu próprio entendimento. Reconhece-o em todo o teu andar e 

Nenhum comentário:

Postar um comentário