Por: Pastor Wagner L. Amaral
Quanto você pagaria
por este elixir? O que daria por ele?
A verdadeira felicidade está intimamente ligada à confiança no Senhor
e à obediência à sua vontade.
O primeiro salmo é
introdutório, e lança o alicerce dos demais. Os três primeiros versículos
descrevem o caminho do justo e os três últimos o caminho do ímpio. O justo será
sustentado no meio de um mundo iníquo; mas o ímpio será destruído no juízo.
É interessante
observar que a idéia de dois caminhos e dois destinos constitui o tema de
inúmeras passagens bíblicas (Daniel 12.2; Malaquias 3.18; Mateus 7.13-14 e
Romanos 2.6-9).
Quero considerar com
vocês estes tipos de homens e o caminho que percorrem, para, então, aplicarmos
a nossa realidade.
I. O homem abençoado (1-3).
A. Seu cuidado (1): Veja que o salmista
revela o cuidado deste tipo de homem. Destaca por três vezes que ele
"não" faz algo. Que não se deixa levar por alguma tendência.
E não somente isso,
mas, estritamente revela que a realidade de sua felicidade inicia com este
cuidado. Logo, sem este cuidado, torna-se impossível ser identificado como
alguém feliz.
1.
Não anda no conselho dos ímpios. O conselho dos
ímpios nada mais é que a filosofia do homem natural que busca compreender sua
existência e controlar seu destino sem levar Deus em consideração. Está
centrado no homem e não em Deus; é humanista em vez de ser teísta.
2.
Não se detém no caminho dos pecadores.
3.
Não se assenta na roda dos escarnecedores.
Observe a
progressão: andar, parar e se assentar. Nesses verbos há uma sequência
negativa, um processo que sugere a cristalização nos hábitos do mau. Quem aqui
começa andando e ouvindo, acaba assentando e participando ativamente do pecado.
Primeiro, dá-se
ouvidos ao "conselho dos ímpios"; depois começa associar-se com o
"caminho dos pecadores"; finalmente, "assenta-se na roda dos
escarnecedores".
A ordem é sempre
essa. Primeiro, se impressiona com a filosofia dos intelectuais ímpios; depois,
havendo rejeitado a verdade de Deus, se afasta do padrão divino de justiça; e
por fim assume uma atitude de superioridade escarnecedora a todos quantos creem
em Deus, tornando-se um dos que oferecem o "conselho dos ímpios".
(Algo, infelizmente,
comum em alguns que chegam à juventude e, sem alicerce, se deparam com a
filosofia mundana nas faculdades, e na sociedade em geral). Por isso o cuidado
no ensino da Palavra, a começar pelas crianças, se estendendo pela juventude.
Como afirmamos na proposição,
a verdadeira felicidade está ligada à confiança no Senhor e à obediência à sua
palavra. Uma das principais mentiras do diabo é a de que existe felicidade sem
santidade, e sem dependência de Deus.
* O cuidado do homem
abençoado: Ele rejeita o que não vem do Senhor.
B. Sua prática - seu hábito (2):
1.
Tem prazer no Senhor, por meio de Sua Palavra.
Isto dá a entender que a obediência do justo à Palavra não é uma aceitação
rotineira, mas uma alegre acolhida.
2.
Por isso medita nela em todo tempo. Tal meditação cria
normas de pensamento e conduta (cria hábitos), estranhas ao mundo que jaz no
maligno. A meditação constante do justo revela o que Deus quer de nós, e afasta
a tentação de nos satisfazermos com padrões meramente humanos. Resumindo, a santidade
de Deus se torna hábito de vida.
Não resta dúvida de
que a terminologia desta parte do salmo foi inspirada pelo testemunho de Josué
(Josué 1.8).
C. Resultado (3):
1.
Possui vida: "Ele
é como árvore plantada junto a corrente de águas". Os "rios de
água viva" falam do Espírito Santo, assim como a produção de fruto no
tempo devido (João 7.38-39).
Aquilo que o crente
recebe através da meditação na Palavra, Deus transforma em vida abundante para
sua vida. Esta vida inclui conhecimento (que vai além desta realidade), alegria
(satisfação, plenitude), paz (serenidade, convicção).
2.
Possui resultados positivos: "que no devido tempo dá o seu
fruto". O fruto do crente não surge do esforço natural, mas, sim, da
vida do Espírito de Cristo em seu íntimo (João 15.5).
Já comeu manga
comprada no mercado? Já comeu manga tirada do pé? Pois bem, isso serve para
ilustrar a ação de Deus no crente. O Espírito de Cristo produz fruto na época
certa, quando se torna mais útil e belo.
3.
É vistoso (na força do Senhor): "e cuja folhagem não murcha".
Esta figura está associada às duas anteriores; o que comprova que ser alguém
que vale à pena, que sirva como exemplo, que motiva, depende de estar ligado ao
Espírito do Senhor.
4.
É vitorioso: "e
tudo quanto ele faz será bem sucedido". Certamente
seu referencial ainda é Josué e seu texto introdutório. Numa palavra aos homens
de nossa igreja, no passado, resumi esta exortação divina a Josué, mostrando
que Deus o chamava a ser homem. Nada mais, nada menos, simplesmente homem. O
que, convenhamos, tem andado em falta.
Viver o que o
salmista expõe, assim como o que Deus ensinou a Josué, não é ser super-herói,
não é labutar em martírio, e muito menos expressar sacrifício. Viver isto é ser
homem! Homem que persiste em ser melhor a cada dia; que luta para abandonar
seus erros e diminuir a influência negativa de suas limitações.
O resultado é a
vitória de um homem abençoado. Porém, em contraste com a árvore do justo, a
árvore do perverso acha-se descrita no Salmo 37.35-36.
II. O homem amaldiçoado (4-6).
* Possui prática
contrária a do homem abençoado: "os
ímpios não são assim".
A. Logo, não possui vida (4).
Na palestina antiga eram
construídas eiras em lugares altos, onde o vento fazia o trabalho essencial de
espalhar a palha, deixando o trigo para a safra. O salmista usa a figura da
palha sendo levada pelo vento para exemplificar como o ímpio seria banido
da terra.
São como a palha,
tornando-se indesejável na colheita. Tendo de ser separado, sem nada para
mostrar; logo, passará e jamais será encontrado.
Ao contrário, o
crente que se baseia na Palavra não precisa temer o vento, nem o juízo, nem a
doutrina falsa; pois ele permanece.
B. Não prevalece diante do Senhor (5).
Todos, éramos
ímpios, mas quando ainda éramos fracos Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios
(Romanos 5.6); embora não merecêssemos a salvação. Ele, o Justo, trazendo
justiça para nossa vida. Por isso, quando estamos em Cristo, estamos "no caminho dos justos".
Cristo não é só o
caminho, mas também a própria personificação da justiça. Sendo Cristo tanto o
caminho de justiça como o Juiz, é claro que "os
perversos não prevalecerão no juízo".
De outro lado, todo
o proceder do justo (por estar no Senhor), seu meditar e agir, leva-o à
companhia dos justos, à congregação, como o seu ambiente por excelência.
C. Não será vitorioso (6).
A ideia essencial é:
Passará.
O ímpio, ou aquele
que se mantém distante do Senhor, e assume utopicamente o controle de sua vida,
passará. Passará sua memória. Passará sua imagem como algo bom que valeu a
pena, algo de boa influência. Passará por toda a eternidade.
Conclusão:
Por isso vale a pena
seguir ao Senhor (João 15.7, 10, 14). A felicidade só é possível aos que estão
verdadeiramente ligados a ele. Assim, é bem-aventurado por toda a eternidade,
aquele que não anda, não para e nem se assenta distante do Senhor; mas sim que
nele se refugia.
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