sábado, 31 de agosto de 2013

A verdadeira adoração

A adoração não se limita apenas ao louvor, expressado por meio da canção, mas tudo o que fazemos para honra de nosso Deus. Podemos observar esta verdade em João 4.24, o qual o próprio Senhor Jesus nos diz: "Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade."

Ao nos entregarmos a Cristo, nos arrependendo de nossos pecador e o aceitando como Senhor e Salvador de nossas vidas, tivemos a possibilidade se nascer de novo "uma nova criatura", agora espiritualmente viva e possuindo a mente de Cristo.

Por isso, entendemos que a palavra verdade expressa no versículo anterior quer dizer não apenas com as nossas vozes, pois muitos estão louvando, porém não de coração, mas simplesmente com a sua boca. Acerca dessa verdade, já o profeta dissera: "esse povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim" (Is 29.13). e "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?" (Jr 17. 9).

O homem pode até pensar que está adorando a Deus, mas em muitos casos ele está adorando a si mesmo, pois em vez de exaltar a Deus, ele está recebendo aplausos, fama e sucesso. O louvor a Deus vira uma apresentação para exaltação do próprio homem.

Essa verdade só mudará na mente humana quando formos de fato "praticantes" da palavra de Deus e entenderemos o que é ser um adorador, para que não venhamos a nos enganar a nós mesmos (Tg 1.22).

No momento em que fomos salvos, Deus pôs em nossos lábios um novo cântico para anunciar a Sua glória entre as nações e não para exaltar-nos a nós mesmos.

Os cristãos são os adoradores, que o nosso Senhor de antemão elegeu. Então, procuremos adorar ao nosso Deus como Ele deve ser adorado, com toda a singeleza de coração, tendo em vista que nos formou, antes da fundação do séculos, para Honra e louvor da Sua Glória.

O Salmista Davi expressa muito bem esta verdade ao dizer: "Cantai ao Senhor um cântico novo [...] cantai ao Senhor, bendizei o Seu nome".

O nome do Senhor deve ser exaltado, bendito e proclamado por todos nós, os cristãos. Mas pergunto: como os cristãos estão estão adorando ao Senhor nos dias de hoje?

O Senhor nos elegeu como uma nação santa e exclusiva para proclamar e celebrar o nome daquele nos salvou e entoar um cântico novo diante das nações.

Busquemos a face do Senhor continuamente. Em nossos lábios deve estar o perfeito louvor, mas não apenas em nossos lábis.Nossas vidas devem ser uma vida de luz e não de trevas, sejamos luz para as nações, pois as nossas ações indicam se estamos adorando ao senhor ou não.

O senhor exige de nós uma verdadeira adoração, pois são estes que o Pai procura para seus adoradores (Jo 4.23). A verdadeira adoração exige uma vida de entrega total ao Senhor.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Por que orar?

Por: Wagner Amaral
"Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus" (Filipenses 4.6-7).
Por que orar? Qual o sentido da oração, se esta é direcionada a um Deus que tudo sabe, plenamente? As Escrituras revelam que o Senhor, como Onipotente, Onipresente e Onisciente, conhece perfeitamente todas as coisas; inclusive a palavra que ainda não chegou à nossa língua; trazendo a implicação de seu conhecimento não somente das palavras a serem pronunciadas, mas também da motivação do indivíduo - "Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda" (Salmo 139.4).

Este soberano Deus não necessita do som de nossa fala para ouvir. Ele não carece das palavras para ter o entendimento. Ele não precisa do discurso para analisar. Ele tudo sabe, mesmo quando não há palavra alguma; pois, conhece e sonda o interior que dá vida ao exterior - "Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos" (Salmo 139.1-3). Como afirma através do profeta Jeremias, Ele esquadrinha o coração, e prova os pensamentos; para dar a cada um segundo o seu proceder (17.10).

É para este Deus que as exortações bíblicas, como a de Paulo aos filipenses, impele a dirigir as orações. Mas, qual a utilidade abrir o coração e esparramar as alegrias e as angústias se Ele já as conhece? E, pelo visto, melhor do que o próprio que lhe dirige as orações; afinal, ele conhece os segredos da alma; provavelmente, alguns que nem a própria pessoa organiza coerentemente. Então, por que orar?

Segundo a revelação do próprio Senhor, as orações não têm valor algum objetivo para Ele; mas sim para quem ora. As orações possuem um valor pedagógico para o indivíduo que se volta para Deus. Entendamos este valor: (1) Ao orar a pessoa assume a existência de um Deus pessoal que está atento para sua realidade. A constância desta ação, inculca na mente Sua presença, levando a pessoa a sentir-se acompanhada.

(2) Além disso, ao orar a pessoa assume sua dependência do Criador. Na atitude de falar-lhe é como se dissesse: "Eu sei que o Senhor existe; e que posso contar contigo. Aliás, eu preciso do Senhor; de sua orientação, proteção, conforto. Sozinho, estou falido". A prática da oração impulsiona a pessoa à disciplina da dependência; o que redundará em conhecimento, obediência, e bênçãos.

(3) Em tudo isso, a oração possui uma função terapêutica; pois, leva a pessoa a abrir-se; a colocar para fora aquilo que incomoda, que amedronta; e que, se guardado, poderia facilmente redundar em distúrbios emocionais, ou mesmo depressão. Toda esta possibilidade indesejável tende a conduzir à pessoa a escravidão da insegurança; além de torná-la dependente de produtos químicos, estando fadada ao fracasso.

Ao derramar-se diante do Deus pessoal; criador e sustentador do universo, inclusive de sua própria vida, a pessoa liberta-se da ansiedade de seu próprio controle. Por isso, Paulo afirma: "Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças". Assim, ao invés de desesperar-se, o que ora confia, sabendo que o que poderia incomodar está nas mãos do Poderoso. Diante disto, não há outro resultado se não que "a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus".

A oração faz sentido porque Deus a instituiu como meio de comunicação de nossa consciência com Ele. A oração é importantíssima porque a partir dela o Espírito do Senhor trabalha em nosso ser, guiando e confortando-nos para uma vida melhor.

Vale à pena orar!

domingo, 11 de agosto de 2013

As duas primeiras viagens missionárias de Paulo


O Apóstolo Paulo foi um dos maiores evangelistas de todo o tempo, divulgando o evangelho no Mediterrâneo, Ásia chegando até a Europa (em Roma). O início de seu ministério se deu quando ainda estava na cidade de Antioquia, cidade junto ao rio Orontes, chamada hoje de Antaquia (ou Antakya), no sudoeste da Turquia, era uma grande cidade cosmopolita. Nesse lugar, os discípulos foram chamados de cristãos pela primeira vez.[1]
A igreja desta cidade também chamada de Antioquia. Quando Paulo e Barnabé ainda estavam na cidade servindo e jejuando, juntamente com os profetas e mestres, disse o Espírito Santo: Separai-me agora a Barnabé e a Paulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, impondo sobre eles as mãos, os despediram.[2] Enviando-os para a missão evangelista a que foram separados.

PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO (47-48 D.C)
Da cidade de Antioquia, Lucas, o escritor do livro de Atos dos Apóstolos registra, Paulo e Barnabé iniciarem sua primeira viagem missionária ao mundo gentio em meados de 47 d.C., sendo eles comissionados pelo grupo de líderes de várias origens étnicas da igreja de Antioquia. Partiram de Selêucia, o porto da cidade, e atual vila de Çevlik, rumo à Chipre, conhecida no Antigo Testamento como Elisá, Cripre era terra natal de Barnabé.[3]

Cipre
Saulo e Barnabé chegaram a Salamina, do lado Leste da ilha, onde pregaram aos judeus nas sinagogas. Os dois missionários viajaram pela ilha até chegar a Pafos, na costa oeste, foi nesta cidade, capital administrativa do procônsul Sérgio Paulo, que o Apóstolo Paulo confrontou o mágico chamado Barjesus (ou Elimas) e usou o poder de Deus para cegá-lo temporariamente. Admirado com os ensinamentos acerca de Jesus, o procônsul se converteu à fé cristã.

Perge e Antioquia da Psídia
De Chipre, Paulo e seus companheiros viajaram para a costa sul da Turquia e chegaram a Perge, cerca de 8 km para o interior. Em Perge, João Marcos deixou Paulo e voltou a Jerusalém.[4] Percorrendo cerca de 175 km em direção ao interior, Paulo chegou a Antioquia de Psídia (próxima da atual cidade turca de Yalvaç). No tempo de Paulo Antioquia de Pisídia era uma colônia romana, portanto, abrigava um contingente de soldados aposentados que haviam se assentado ali ao receberem terras e cidadania romana.
Em seu primeiro sábado, naquele local, Paulo se dirigiu a sinagoga para levar a sua mensagem primeiramente aos judeus. No sábado seguinte quase toda a cidade apareceu para ouvir a palavra do Senhor e, tomados de inveja, os judeus levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé e os expulsaram de lá. Sacudindo simbolicamente o pó dos pés para mostrar que haviam se eximido de qualquer responsabilidade, Paulo e Barnabé deixaram a cidade e viajaram cerca de 120 km até Icônio.

Icônio, Listra e Derbe
Em Icônio Paulo e Barnabé entraram na sinagoga judaica, e falaram de tal modo que veio a crer grande multidão, tanto de judeus como de gregos. Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram os ânimos dos judeus contra os irmãos. Entretanto demoraram-se ali muito tempo, falando ousadamente no Senhor, o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que por mão deles se fizessem sinais e prodígios. Mas o povo ficou dividido: uns eram pelos judeus e outros pelos apóstolos. E como se surgisse um tumulto dos gentios e judeus, associados com as autoridades, para ultrajarem os missionários, sabendo-os eles, fugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e circunvizinhança, onde anunciavam o evangelho.[5]
Em Listra (perto da atual Hatunsaray), uma colônia romana a cerca de 30 km de Icônio (Konya), Paulo curou um homem paralítico de nascença. E por isso, Paulo e Barnabé foram aclamados como os deuses Hermes e Zeus, tendo eles grande dificuldade em impedir a multidão de adorá-los.
No dia seguinte Paulo e Barnabé partiram para Derbe, acerca de 100 km de Listra. Paulo pregou em Derbe e fez muitos discípulos. Em seguida os missionários voltaram às cidades que haviam se mostrado hostis, tais quais: Listra, Icônio e Antioquia para fortalecer a fé dos discípulos.
Posteriormente, voltaram para Perge e, de lá, para a Atália, a atual cidade turca de Anatália, de onde navegaram, supostamente passando por Selêucia, de volta a Antioquia no Oroentes. Lucas registra “Alí chegados, reunida a igreja, relataram quantas coisas fizera Deus com eles e como abrira aos gentios a porta da fé”.[6]

SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO (49-52 d.C)
De acordo com Lucas, Paulo e Barnabé discordaram sobre a adequação de João Marcos como companheiro de trabalho, pois ele havia desertado Perge, na Panfília. Assim, em 49 d.C., Paulo levou consigo Silas ao invés de Barnabé na viagem que fez pela Síria e Cilícia com o intuito de fortalecer as igrejas.[7]
Em Listra ganharam um novo companheiro: Timóteo, filho de pai grego e mãe judia que aceito o evangelho, e prosseguiram visitando as regiões da Frígia e Galácia.

Trôade
Impelidos pelo Espírito Santo de chegarem a Ásia e Bitínia,[8] os missionários chegaram a Trôade, também chamada de Alexandria Troas, a 20 km ao sul onde ficava Tróia, a cidade que serve de cenário para a Ilíada (poema épico de Homero).
Em Trôade, Paulo teve a visão na qual um homem macedônio suplicava que fosse a Macedônia e o ajudasse. A província da Macedônia abrangia grande parte da região correspondente hoje ao norte da Grécia. É possível que Lucas tenha se juntado ao grupo de Paulo em Trôade, pois é a partir dessa cidade que o escritor começa a fazer o seu relato na primeira pessoa do plural.[9]

Filipos
Paulo e Silas atenderam a visão e navegaram para a ilha de Samotrácia. No dia seguinte chegaram à Europa e desembarcaram em Neápolis, atual porto grego.
De Neápolis, Paulo e Silas se deslocaram uns 16 km para o interior, até a cidade chamada Filipos (em homenagem a Filipe, pai de Alexandre, o Grande). Em Filipos, Paulo levou à fé em Cristo uma mulher chamada Lídia, vendedora de púrpura da cidade de Tiarira.
Depois de livrar uma escrava possuída de um espírito adivinhador, que dava lucro aos seus senhores, suscitou a ira dos proprietários da jovem, que agarrando a Paulo e Silas até a praça da cidade os colocaram diante das autoridades, sendo açoitados e encarcerados. Porem foram libertos depois de um terremoto, que aproveitando a oportunidade levou o carcereiro a Cristo.

Tessalônica
Os dois missionários continuaram a sua jornada pela Macedônia, passando por Anfípolis e Apolônia até chegar à cidade portuária de Tessalônica, onde ficaram hospedados na casa de Jasom. Ao ouvirem a mensagem de Paulo os judeus se revoltaram e levaram Jasom e vários outros cristãos às autoridades da cidade. Sua alegação: Estes que tem transtornado o mundo chegaram também aqui. Tanto as multidões como as autoridades, ficaram agitadas, ao ouvirem estas palavras, contudo soltaram a Jasom e aos mais, após recebido a fiança estipulada.[10]

Beréia
Paulo e Silas fugiram de Tessalônica durante a noite e foram enviados cerca de 80 km ao sul, para a cidade de Beréia. Lucas comenta sobre os seus habitantes: “Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas, de fato, eram assim”. A mensagem de Paulo foi bem recebida pelos moradores de Beréria e várias mulheres e homens gregos, bem como muitos judeus, aceitaram a Cristo. Porém alguns judeus de Tessalônica foram a Beréia e incitaram o povo contra Paulo. Por isso, Paulo deixou Silas e Timóteo na cidade e partiu sozinho para Atenas.

Atenas
Quando Paulo chega a Atenas, a construção mais importante era o Parthenon, um templo dedicado à deusa Atena. Atenas era conhecida como uma cidade universitária, por ter abrigado vários dramaturgos e filósofos importantes, como Platão e Aristóteles.
Paulo ficou profundamente indignado com a idolatria do povo ateniense. Um grupo de estóicos e epicureus começou uma discussão com o apóstolo, sendo ele levado ao famoso conselho do Areópago. Paulo havia visto um altar com a inscrição AO DEUS DESCONHECIDO e usou-a como tema de seu discurso aos membros do conselho.
Após o discurso de Paulo, alguns homens se agregaram a ele e creram, dentre eles, Dionísio, um membro do Areópago. Fica claro, porém, que o impacto da visita de Paulo foi pequeno. Então Paulo seguiu viagem para Corinto.

Corinto
Em Corinto Paulo “encontrou certo judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Priscila, sua mulher”.[11]
A cidade de Corinto ficava num lugar estratégico do istmo do Peloponeso. Possuía dois portos, Cencréia, no golfo Sarônico, 14 km a leste, e Lechaeum, no golfo de Corinto, 2,5 km a oeste. Corinto era capital da província da Acaia (região sul da Grécia), uma colônia romana e cidade portuária conhecida pela sua imoralidade.
De acordo com os registros de Lucas, Paulo passou um ano e meio em Corinto, trabalhando na confecção de tendas e ensinando a palavra de Deus.[12] Sofreu oposição intensa dos judeus que o levaram a presença de Gaio, o procônsul romano da Acaia. Porém, Gaio não quis se envolver e os expulsou do tribunal. Então todos agarraram a Sóstenes, o principal da sinagoga, e o espancavam diante do tribunal.[13]
Depois de passar um ano e meio em Corinto, Paulo navegou para Éfeso, na atual Turquia.







[1] Atos 11: 26
[2] Atos 13: 1-3
[3] Atos 4: 36
[4] Atos 13: 13
[5] Atos 14: 1-7
[6] Atos 14: 27
[7] Atos 15: 37-41
[8] Atos 16: 6,7
[9] Atos 16: 12
[10] Atos 17: 6-9
[11] Atos 18: 1,2
[12] Atos 18: 11
[13] Atos 18: 12-17